Mito
Um mito (do grego antigo μυθος, translit. "mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis.
O mito significa e representa no âmbito da cultura ocidental com algo que antecede o saber filosófico. Muitos estudiosos afirmam que o mito é a primeira forma de explicação da realidade, seja ela natural ou social.
Ao mito está associado o rito. O rito é o modo de se pôr em ação o mito na vida do homem - em cerimônias, danças, orações e sacrifícios.
Minotauro
Minotauro
Minotauro criatura da Mitologia Grega
O rei está triste. E com razão. Chegou o momento em que, como todos os anos, deve enviar a Creta sete rapazes e sete moças para servirem de comida ao Minotauro.
Alguns anos atrás, Minos, rei dos cretenses, venceu uma guerra contra Atenas, e desde então, todo ano, catorze adolescentes atenienses partem para Creta num navio de vela negra, que sempre volta vazio.
O Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo de homem, devora-os em seu covil, o Labirinto.
Cansado dessas mortes inúteis, Teseu resolve tomar o lugar de uma das vítimas e, se puder matar a terrível criatura.
Egeu acaba cedendo:
- Então, vá. Mas, se você voltar são e salvo, troque a vela negra do navio por uma branca. Assim, vendo o barco, eu já de longe fico sabendo que você está vivo.
Teseu promete obedecer ao pai e embarca para Creta.
Minos, em seu suntuoso palácio de Cnossos, recebe com amabilidade os catorze atenienses. Mas comunica que no dia seguinte entrarão no Labirinto, no centro do qual vive Astérion, o Minotauro.
Durante toda a noite, Teseu esforça-se para tranquilizar seus companheiros. De repente, anunciam ao jovem príncipe ateniense que alguém quer falar com ele.
Muito surpreso, Teseu vê entrar uma bela moça, que ele já viu ao lado do trono de Minos.
Ela lhe diz:
- Jovem estrangeiro, eu me chamo Ariadne e sou a filha do rei Minos. Quando vi seu ar decidido, compreendi que você veio para matar o Minotauro. Mas será que já pensou numa coisa? Mesmo que mate o monstro, nunca vai conseguir sair do Labirinto...
Teseu fica confuso, pois Ariadne tem razão. Ele não pensou nesse problema!
Percebendo o constrangimento do rapaz, ela acrescenta:
- Desde que o vi, fiquei interessada por você. Estou disposta a ajudá-lo se, depois, você se casar comigo e me levar para Atenas. Assim fica combinado.
No dia seguinte, na entrada do Labirinto, Ariadne dá ao herói um novelo de um fio mágico, que lhe permite não só procurar o Minotauro, mas também encontrar a saída.
Teseu encoraja os trêmulos companheiros, e todos penetram naquele lugar sinistro. O príncipe vai à frente, desenrolando com uma mão o fio, cuja extremidade fixou na soleira da porta de entrada. Dali a pouco, o grupo de jovens, confundido por corredores sempre idênticos, está completamente perdido no Labirinto.
Teseu, cauteloso, pára e vigia os mínimos esconderijos, sempre com a mão no punho da espada que Ariadne lhe deu.
Acordando de repente, o Minotauro salta mugindo sobre o rapaz. Mas o herói está alerta e, sem medo nem hesitação, abate de um só golpe o monstro.
Graças ao fio, que volta a enrolar no novelo, Teseu e seus companheiros saem do Labirinto. Ariadne joga-se nos braços do herói e abraça-o com paixão.
Depois, ela conduz os atenienses ao porto. Antes de subir a bordo de seu navio, Teseu tem o cuidado de fazer furos nos cascos dos barcos cretenses mais próximos. Em seguida, embarca com Ariadne e seus amigos.
Quando fica sabendo do que aconteceu, o rei Minos enfurece-se e ordena à frota que impeça a fuga. Os navios que ainda estão em condições de navegar tentam bloquear o barco grego, e começa uma batalha naval. Mas, com o cair da noite, Teseu aproveita-se da escuridão e consegue escapar esgueirando-se entre as naus inimigas.
Alguns dias depois, o navio chega à ilha de Naxo. Teseu resolve fazer uma escala para reabastecimento.
Vaidoso com a vitória, só tem um pensamento na cabeça: a glória que encontrará em Atenas. Imaginando sua volta triunfal, os gritos de alegria e de reconhecimento da multidão que virá aclamá-lo, apressa-se em partir. Dá ordem de levantar âncora, esquecendo Ariadne, que fica adormecida na praia.
Quando desperta, a princesa vê o navio já ao longe, quase desaparecendo no horizonte. Só lhe resta lamentar sua triste sina. Mas felizmente o deus Dioniso passa por ali e sabe consolá-la muito bem.
Enquanto isso, Teseu aproxima-se de Atenas. Está tão entretido com seus sonhos de glória que também se esquece de, conforme prometeu ao pai, trocar a vela negra por uma branca.
Desde a partida do filho, o velho Egeu não teve um único momento de repouso. Todos os dias, subia à Acrópole e ficava olhando as ondas, esperando avistar o navio com a vela branca. Pobre Egeu! Quando o barco enfim aparece, está com a vela preta. Certo de que Teseu está morto, o rei desespera-se e quer morrer também. Joga-se ao mar e afoga-se. Por isso, desde esse tempo o grande mar que banha a Grécia chama-se mar Egeu.
Sem saber do suicídio do pai, Teseu desembarca, radiante de felicidade. Sua alma entristece-se quando fica sabendo da trágica notícia. Culpando-se amargamente por sua irresponsabilidade, começa a chorar. Apesar da triunfal acolhida que Atenas lhe dá, ele fica de luto.
Depois, porém, compreende que não deve lamentar seu ato de heroísmo. Já que subiu ao trono, só lhe resta ser um bom soberano. É o que tenta fazer, sempre reinando com grande respeito pelas leis e garantindo o bem-estar de seu povo. Sob seu sábio governo, a Grécia conhece a paz. E Atenas, a prosperidade.
Este é o estranho mito do minotauro, uma bestial aberração da natureza que perpetua o símbolo do animal que há em todo homem.
Mas essa história esconde uma impressionante realidade, sacrifícios humanos reais, bestialidade, guerras e as ruínas de um labirinto de verdade.
Referência:
JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitologia-grega/minotauro.php
Oi cara colega...
ResponderExcluirVale lembrar que o pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade científica. É uma verdade compreendida, que não necessita de provas para ser aceita. É portanto uma percepção compreensiva da realidade, é uma forma espontânea do homem situar-se no mundo. Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito à mentira, ilusão,ídolo, lenda ou ficção.
Oi Maria Cristina,
ResponderExcluirNo mito não importava com contrassensos, com o mitológico e o inexplicável, porque esses eram descrições próprias da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. Já filosofia, não aceita contradições, fabulação e coisas inexplicáveis, mas determina que a explicação seja coesa, lógica e racional; portanto, a responsabilidade da explicação não vem do filósofo, mas da razão, que é a própria em todos os homens.
Na minha infância o mito Minotauro esteve presente no programa do “Sitio do Pica Pau Amarelo”, achava intrigante e não imaginava que fazia parte da mitologia grega, naquela época.